Programa Cidades Eficientes: Palmas, Rio do Sul e Teresina conquistam plataforma de gestão de consumo de energia e água

Mais eficiência na gestão, menos consumo de água e de energia, mais consciência ambiental e mais economia aos cofres públicos. Com esse propósito, prefeituras de três cidades brasileiras implementaram, em 2024, a plataforma digital de gestão de consumo de energia e de água para edificações públicas municipais desenvolvida pelo Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS) com o apoio do Instituto Clima e Sociedade (iCS). Palmas (TO), Rio do Sul (SC) e Teresina (PI) concluíram o workshop “Mais eficiência, menos consumo”, oferecido gratuitamente pelo CBCS no ano passado como uma das ações da quinta fase do Programa Cidades Eficientes.

O workshop foi iniciado em junho e se estendeu até o dia 3 de dezembro, em sete encontros, sendo um deles presencial ocorrido no final do mês de junho na cidade do Rio de Janeiro (RJ).  Durante os encontros, além de debates sobre governança na pauta ambiental, os técnicos das prefeituras participantes foram capacitados em relação à operacionalização da plataforma com a equipe do CBCS, e puderam conhecer as experiências das prefeituras de Florianópolis (SC) e do Rio de Janeiro (RJ), que já haviam implantado a plataforma pelo mesmo programa.

 

Workshop contou com encontros on-line entre representantes dos municípios e a equipe do programa

 

“Proporcionar essa troca entre os municípios foi muito positivo. Todos têm desafios semelhantes, ainda que em escalas diferentes. Ao compartilharem suas realidades, eles compreenderam a importância da organização e monitoramento dos dados de consumo, superaram juntos as dificuldades envolvidas no processo e, especialmente, os ganhos em potencial”, destaca Clarice Degani, diretora do CBCS. 

Para a efetividade da plataforma, os municípios tiveram que levantar as informações de todas as edificações públicas municipais nos cadastros da prefeitura, considerando tipologia e área construída, buscar os dados de energia e de água de cada uma delas junto às concessionárias, e abastecer o sistema com essas informações para possibilitar o panorama geral do consumo e custo, viabilizando o seu monitoramento e gestão. A experiência envolveu, ainda, a participação de todos em uma Gincana Energética em uma escola do Rio de Janeiro e a realização de pesquisa com as escolas de cada um dos municípios participantes, obtendo um diagnóstico mais específico dessa tipologia de edificações. 

“A maior dificuldade que os municípios enfrentaram foi a complexidade na obtenção de dados junto às concessionárias. Esse processo deveria ser simplificado, com informações de fácil acesso para transparência do consumo de energia e de água dos edifícios públicos”, enfatiza a arquiteta Maria Andrea Triana, coordenadora técnica do Programa Cidades Eficientes.

Para atingir ganhos significativos de eficiência é preciso que os municípios conheçam efetivamente os seus consumos. “A adoção de ferramentas de gestão pode potencializar esses resultados, permitindo identificar oportunidades de redução de custos e direcionamento dos investimentos com foco em eficiência”, complementa Giselle Lyra, pesquisadora do Programa Cidades Eficientes. 

 

 

Encontro presencial durante debate sobre governança municipal no Rio de Janeiro

Possibilidades de economia 

De forma prática e com resultados imediatos, os municípios puderam perceber, durante as atividades, as possibilidades de economia dos recursos. “Aprendemos a identificar e analisar os equipamentos que mais consomem energia, como ar-condicionado e sistemas de iluminação em prédios públicos. Foi possível perceber, de forma clara, a necessidade urgente de otimizar esses aparelhos, seja por meio de ajustes nos horários de funcionamento, substituição por tecnologias mais eficientes ou ainda a implementação de protocolos de uso racional”, afirma Marcos Vinício Cardoso, chefe da divisão de projetos e captação de recursos da Prefeitura de Palmas. 

Marcos destaca que ficou evidente a importância da manutenção preventiva para garantir que os equipamentos operem com máxima eficiência, evitando o desperdício de energia e prolongando a vida útil dos aparelhos. “Em relação à economia de água, aprendemos a identificar as áreas com maior consumo, como banheiros e cozinhas, onde o desperdício muitas vezes é causado por vazamentos, torneiras mal reguladas e equipamentos ineficientes”, ressalta. A introdução de tecnologias de baixo consumo, como torneiras automáticas e sistemas de reúso de água, é uma solução eficaz para reduzir significativamente o desperdício, sem comprometer a funcionalidade dos espaços. “Essa mudança pode gerar uma grande economia, além de contribuir para a preservação dos recursos hídricos”, pontua. Para ele, os conhecimentos adquiridos durante o workshop e a pesquisa com as escolas são essenciais para aprimorar a gestão de recursos no município de Palmas, contribuindo para a redução de custos e o aumento da sustentabilidade dos prédios públicos. 

Roberto Santos, da Prefeitura de Teresina, igualmente destaca a importância da análise e uso dos dados para trazer mais eficiência para o município. “A plataforma está sendo implantada agora em dezembro. Ainda que ajustes tenham de ser feitos, é muito gratificante porque o gestor vai ter o total acompanhamento da sua pasta”, considera Roberto, do Núcleo Especial para Controle das Despesas dos Órgãos e Entidades da Administração Pública – NECD – vinculado à Secretaria Municipal de Finanças. Ele reforça a importância da realização da pesquisa de diagnóstico nas escolas e adianta que pretendem organizar uma Gincana Energética em breve em Teresina. “Só temos a agradecer a participação no workshop para termos uma visão mais macro do município. Com certeza vamos aprimorar e divulgar esses conhecimentos”, diz. 

O envolvimento e o comprometimento dos participantes possibilitaram o rápido aprendizado e a compreensão da relevância da iniciativa. “Com o desenvolvimento das atividades, passamos a enxergar a importância de manter os dados de consumo e gastos públicos monitorados. Essa plataforma, além de possibilitar a visualização e comparação de dados de forma didática, viabiliza ao município a gestão de consumo dos prédios públicos de forma transparente, garantindo economia dos gastos públicos”, afirma a arquiteta e urbanista Carolina Bini, do Departamento de Urbanismo da Prefeitura de Rio do Sul. Desde que foi selecionado para participação no workshop, o município se aproximou mais dos temas relacionados à eficiência energética. “Rio do Sul, com a implementação da plataforma, atua em mais uma ação com foco em desenvolver uma cidade mais inteligente”, complementa a arquiteta e urbanista Mariani Salazar da Silva, diretora do departamento de Plano Diretor da Prefeitura.